O melhor cabo do Brasil cuida da capacitação técnica da sua equipe

O melhor cabo do Brasil cuida da capacitação técnica da sua equipe

Profissionais da área de engenharia, inovação e qualidade tiveram aulas com professor e especialista da Poli-USP.


Embu das Artes (SP), quinta-feira, 6 de julho de 2023 – A Datalink visa manter e aumentar a qualidade dos seus cabos coaxiais para atender às demandas do mercado – com novas soluções e produtos inovadores. Isso significa saber aproveitar a capacitação e as vantagens adquiridas ao longo do tempo, mas, também, estar em processo permanente e deliberado de aprendizagem.

Com o propósito de contribuir para o desenvolvimento de competências institucionais por meio do desenvolvimento de competências individuais, a Datalink promoveu o curso “Capacitação competitiva” para os seus profissionais das áreas de engenharia, produção e qualidade com especialistas.

O resultado é criar uma dinâmica ainda maior de inovação e competitividade para entender e atender às novas e mutantes necessidades do mercado que busca qualidade, performance, durabilidade e segurança em cabos.

A Datalink está comprometida em desenvolver capacitações gerenciais, tecnológicas e operacionais para o seu time de colaboradores com a missão de entregar o melhor cabo para o mercado nacional e mundial.

Alguns dos profissionais que participaram do curso. Crédito: Divulgação | Datalink.

Datalink: a história de uma empresa brasileira de sucesso

Datalink: a história de uma empresa brasileira de sucesso

Neste 25 de maio, Dia Nacional da Indústria, trazemos a jornada de uma das principais fabricantes de cabos de radiofrequência (RF), áudio e controle do País.

 

Embu das Artes (SP), 23 de maio de 2023 – A Datalink tem bons motivos para celebrar, neste 25 de maio, o Dia Nacional da Indústria. Em 2023, a fabricante de cabos e conectores alcançou a marca de 30 anos de atividades ininterruptas e em constante expansão. Criada um ano antes do Plano Real, no auge de uma hiperinflação (40% ao mês) e às vésperas da globalização da economia mundial, a empresa nasce sob o signo de grandes desafios, internos e externos.

Vista da área de produção do Complexo Industrial de Embu das Artes. Crédito: Cristina Harms Camacho.

Ao invés de ver (apenas) a crise, os fundadores da empresa perceberam a oportunidade que se avizinhava e criaram a empresa, inicialmente fornecedora de cabos coaxiais montados para equipamentos de VSAT [sigla em inglês de Very Small Aperture Terminal], sistema de comunicação muito usado, à época, para interligar agências bancárias aos centros de processamento de dados dos bancos. Eles provaram que o planejamento rigoroso e boa dose de resiliência são bons conselheiros numa empreitada empresarial.

Vindos de experiências profissionais exitosas na área da engenharia, os precursores da Datalink largaram carreiras promissoras no mesmo momento em que o Brasil dava os primeiros passos na instalação dos sistemas de telefonia celular. A sagacidade em observar as oportunidades e transformá-las em negócios viáveis está na origem da empresa. 

Depois de alguns desencontros e dificuldades naturais, o primeiro cliente chegou e era do segmento de comunicação via satélite. Como lembra Ademar Kin, à época engenheiro de telecomunicações de empresa pioneira no segmento de comunicação via satélite do País: “Estávamos à procura de um adaptador de cabos coaxiais de RF [radiofrequência] com baixa perda e alta qualidade. Fizemos uma pesquisa com empresas estrangeiras e quem nos atendeu plenamente foi a jovem Datalink. Podemos dizer que a primeira fase de telecomunicações via satélite contou com o auxílio da Datalink.”

Histórico da data

João Coelho, sócio-diretor da Datalink, reforça valor da empresa pela qualidade. Crédito: Cristina Harms Camacho.

Comemorado, anualmente, em 25 de maio, o Dia Nacional da Indústria tem como objetivo evidenciar a importância do setor à economia brasileira. A data foi instituída, em 1958, em memória a Roberto Simonsen que faleceu em 25 de maio de 1948, como forma de ressaltar a importância do desenvolvimento industrial para o País.

Simonsen foi um dos fundadores da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e brilhante estrategista que começou vendendo café em Santos. “Ele realmente acreditou na capacidade de o País ter um parque industrial robusto com talentos genuinamente brasileiros e preparados para inovações de processos e de produtos”, elogia o sócio-diretor da Datalink, João Coelho, que entrou na sociedade em 2003.

Segundo dados da Fiesp, até 2021 o setor industrial respondia por 20,4% do PIB nacional, por quase 70% exportações (69,2%), 1/3 dos tributos federais, 2/3 dos investimentos em pesquisa e o setor privado era responsável por empregar, diretamente, quase 10 milhões de pessoas.

Superação de paradigma e expansão
A idade média de empresas no Brasil, até 2018, ou seja, antes mesmo da pandemia da Covid-19, era de 12 anos, aproximadamente; e cerca de 80% delas desapareciam antes de completar dez anos de atividades. O dado é da pesquisa Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no segundo semestre de 2021. Um paradigma, ressalta João Coelho, superado com muito esforço pela Datalink.

Para ele, é motivo de muito orgulho fazer parte da história da indústria nacional e contribuir com o desenvolvimento de tecnologias, a implantação de inovações e, o mais importante, a geração de empregos e o incentivo aos talentos brasileiros.

Nesses trinta anos, a Datalink se planejou para ampliar, com excelência, seu portfólio de produtos e serviços. Para tanto, expandiu a sua infraestrutura fabril e, principalmente, aprimorou a capacitação técnica dos seus colaboradores, responsáveis por inúmeras inovações incrementais e disruptivas da empresa.

Da primeira sede numa casa alugada no bairro de Campo Belo, passando para uma casa maior em Santo Amaro, ambas na capital paulista, até a inauguração, em 2013, do complexo industrial em Embu das Artes, na Região Metropolitana de São Paulo, a Datalink comprou equipamentos modernos, incorporou novas tecnologias para atender às demandas do mercado interno e também externo.

Crédito: Acervo pessoal.

Em pleno vigor, a Datalink mantém crescimento permanente e vem lançando, nos últimos 15 anos, produtos inovadores e confiáveis, com alto rendimento, para diferentes mercados, como agronegócio, setor produtivo, áudio-vídeo profissional, pesca profissional, sistemas de alarme de incêndio até aceleradores de elétrons, como a maior e mais complexa infraestrutura científica brasileira, o projeto Sirius.

A persistência e a visão de futuro dos três sócios-diretores da empresa, juntamente com o empenho dos seus colaboradores – principal ativo da Datalink – estão propiciando à empresa colher os frutos e fazendo-a crescer de forma robusta ano após ano na última década, especialmente.

Coelho cita, entre outros, alguns desses momentos da empresa: em 2003, início da produção de cabos coaxiais, que logo se tornaram referência nacional; em 2005, ampliação e diversificação da linha de produtos e dos mercados atendidos, e também homologação pela Times Microwave Systems para a fabricação de cabos coaxiais LMR; em 2013, os cabos e conectores da empresa chegam ao agronegócio, à automação industrial e predial, ao setor automotivo, à área de estética e saúde; em 2015, se dá o início da produção de cabos de sonorização, que vão levar inovação e qualidade para o mercado musical e artístico brasileiro, e a conquista da certificação internacional ISO 9001, de sistema de gestão de qualidade.

Outro marco importante na história da Datalink, destaca Coelho, foi em 2018, quando a empresa forneceu cabos e conectores para a maior e mais complexa infraestrutura científica do Brasil, o acelerador de elétrons Sirius, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP). “Foi incrível ver o engajamento de toda a equipe da empresa para fazer esse atendimento, inclusive com nossa equipe técnica acompanhando a instalação dos cabos no acelerador”, orgulha-se Coelho.

O esforço rendeu projeção internacional, pois o CNPEM recomendou os cabos da empresa à agência governamental australiana Australian Nuclear Science and Technology Organisation (ANSTO), o que vem acontecendo até os dias atuais.

Inovação disruptiva na pandemia
Para fazer frente à crise sanitária da Covid-19, que impôs restrições, a Datalink inovou para manter contato com os clientes ao criar o tour virtual ao vivo por todas as instalações da fábrica.

A visitação em tempo real compreende um complexo de 26 câmeras com tecnologia Full HD, que garante maior nitidez e definição de imagem, ao longo de mais de cinco mil metros quadrados de área construída que englobam os setores administrativo e operacional da empresa.

A Datalink inovou ao construir uma nova forma de se relacionar com os seus clientes e representantes comerciais. É uma inovação difícil de ser copiada, pois não se trata apenas da instalação de câmeras. Foi necessário ‘reinventar’ o processo de fabricação de cabos, baseado na filosofia de que qualidade não se controla, fabrica-se.

Engenheiro Edson Borges: empresa se reinventou para continuar produzindo na pandemia. Crédito: Cristina Harms Camacho.

O engenheiro Edson Borges, gerente de Tecnologia e Inovação da empresa, confirma que a inovação implementada é muito mais do que instalar câmeras em alguns setores do complexo industrial da empresa. “A concepção é totalmente diferente, por exemplo, de câmeras de vigilância”, compara. O tour trabalha com a ideia de fazer com que o visitante consiga entender como funciona a produção, certifique-se da qualidade da matéria-prima utilizada e entenda os valores da empresa.

Além da parte técnica e física, que envolveu os setores de manutenção para instalar as câmeras e de tecnologia da informação (TI) para operar a parte de acesso, permissão e instalação de software, “trabalhamos numa concepção cultural, ou seja, na criação de um roteiro com começo, meio e fim com foco na experiência do cliente ou visitante”, diz Borges.

O roteiro tem como base a transparência, afirma o engenheiro: “Para uma empresa que tem uma tradição de excelência de 30 anos no mercado brasileiro, trabalhou-se com a nossa melhor ‘matéria-prima’, a qualidade, fruto direto das nossas relações com os clientes.”

Projetos
A Datalink prossegue com o objetivo de entregar o melhor produto em cabos e conectores para os diversos segmentos econômicos e de serviços, do mercado nacional e internacional. “Isso significa dizer”, explica o sócio-diretor João Coelho, “manter foco na inovação, em novos produtos, vendas e pós-venda e na qualificação e valorização constantes de toda a equipe”.

Equipe em frente à placa com mensagem que norteia a produção da Datalink. Crédito: Cristina Harms Camacho.

Ele complementa: “O que nos diferencia nesse mercado é a qualidade embarcada nos nossos produtos, da matéria-prima utilizada com certificação comprovada e ilibada, da área fabril, dos testes de qualidade que fazemos, da logística de entrega até o acompanhamento pós-venda. A Datalink tem um sentido global, das pranchas da engenharia ao ‘chão de fábrica’.”

Para comemorar as três décadas de atividades ininterruptas, a empresa lançou revista eletrônica com toda a trajetória, de 1993 até os dias atuais. Para acessá-la, clique aqui.

Sobre a Datalink
A Datalink é uma das principais fabricantes de cabos e conexões de comunicação e controle para aplicações industriais, agrícolas e smart cities. Empresa brasileira cujo portfólio de produtos atende diversos segmentos econômicos, entre eles: agronegócio, automação industrial e predial, automotivo, energia solar, estética, saúde, sonorização e telecomunicações. A história da Datalink lembra histórias de empresas como Embraer, Embrapa, Petrobrás e Weg, entre outras, que mostra a capacidade industrial e competência da engenharia brasileira. A qualidade, a excelência e a segurança dos seus produtos são a marca da Datalink criada em 1993 e com seu complexo industrial instalado em Embu das Artes (SP). Mais informações em www.afdatalink.com.br.

Informações para a imprensa
Assessoria de Imprensa Datalink
Rosângela Ribeiro Gil
imprensa@afdatalink.com.br
(13) 99712-8067

Inovação na Datalink: jornada coletiva para melhores soluções e produtos

Inovação na Datalink: jornada coletiva para melhores soluções e produtos

Tema foi destaque de palestra com professor da USP, promovida pela empresa para funcionários e representantes comerciais.

Rosângela Ribeiro Gil
Assessoria de Imprensa
imprensa@afdatalink.com.br

Cristina Camacho
Imagens e arte
elisabeth@afdatalink.com.br

A inovação é forte pilar da Datalink, uma das principais fabricantes de cabos e conectores de alta qualidade e performance de comunicação e controle para aplicações industriais, agrícolas e smart cities. Há 30 anos no mercado com sucesso e crescimento contínuos, a empresa investe na capacitação de seus colaboradores visando ampliar as fronteiras do conhecimento com a realização de treinamentos, palestras e cursos para toda a sua equipe – da área operacional, administrativa aos seus representantes comerciais.

Com esse intuito, a empresa recebeu o professor Leopoldo Yoshioka, professor de Engenharia da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), para ministrar a palestra “Por que a inovação é a chave para o crescimento dos negócios?”, em novembro último, no seu complexo industrial, em Embu das Artes (SP).

Professor Leopoldo Yoshioka, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). Crédito: Cristina Camacho.

À abertura, o docente da USP destacou que o Brasil e o mundo, nos últimos três anos, especialmente, por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), mudaram substancialmente e que não haverá retorno ao status anterior à crise sanitária mundial. Isso equivale a dizer, explicou ele, que o cenário de negócios também mudou, o que significa que um caminho de busca por inovações passou a ser essencial ao crescimento da empresa e ao desenvolvimento dos colaboradores.

Nessa perspectiva, Yoshioka disse acreditar no estreitamente das relações entre universidades e empresas. “Há a necessidade de se trabalhar em conjunto para o crescimento de todos – dos negócios, das pesquisas e do País”, observou.

Feita essa introdução, o professor apresentou uma definição de inovação: “Inovação é fazer as coisas de uma forma melhor, mais eficiente, mais rápido e mais conveniente. É transformar ideias em produtos e serviços que impactem nos resultados.” A fim de ilustrar como a sociedade humana vem se desenvolvendo, mostrou uma linha de tempo estendida que contemplou da idade da pedra, há 2 milhões de anos, aos tempos atuais dos dispositivos móveis que, cada vez mais, carregam tecnologias de informação e comunicação (TICs). “Vivemos um mundo que se transforma rapidamente, como podemos ver com o surgimento de poderosas tecnologias, como a inteligência artificial (IA), a hiperconectividade, o carro autônomo e até a cirurgia robótica”, assinalou.

No mundo de hoje, completou ele, é cada vez maior o número de empresas entrantes no mundo dos negócios baseadas em plataformas digitais. Cenário que traz mudanças não apenas para a economia, mas ao comportamento das pessoas – desde a forma de trabalhar, de estudar e aprender, de fazer compras, de usar o dinheiro, de entretenimento até de conhecer pessoas. “Nesse mundo em transformação, constante e veloz, para se obter um resultado melhor, precisamos estar abertos e receptivos a aprender coisas novas; mudar comportamentos e atitudes; mudar o mindset; e inovar continuamente”, ensina o professor.

Criatividade e pensamento crítico
A inovação, segundo Leopoldo Yoshioka, não se resume em descobrir e inventar, mas consiste em criar uma nova solução para um problema importante e deve resultar em: melhoria de um produto, serviço ou processo; dar melhor eficácia, facilidade, conveniência, flexibilidade e rapidez; dar novas funcionalidades que agregam valor ao usuário; mudança de comportamento das pessoas e das organizações e a criação de novas oportunidades.

“A inovação é uma jornada, um processo, nunca um evento isolado. Ela começa com a identificação de um problema ou de uma necessidade”, pontuou.

Outro mito desfeito pelo professor é relacionar inovação obrigatoriamente à uma ideia nova. “Nem sempre é. Ela pode ser a combinação de ideias anteriores e de outras áreas. Além disso, o pensamento de inovação permeia desde o ‘chão de fábrica’ até o topo de uma empresa. Ela é uma atividade coletiva”, explica.

A base da inovação, como expõe o professor, é a criatividade e o aprendizado, ambos potencializados por meio da interação em grupo. “As habilidades requeridas são pensamento crítico e fora da caixa, reflexão, conectividade, interação e colaboração entre as pessoas. Os problemas são melhor compreendidos quando há perspectivas e visões diferentes, das pessoas que conhecem o processo até daquelas que não conhecem. Por isso, o processo também é chamado de “inovação aberta” [open innovation]”, destaca Yoshioka.

A inovação, diferentemente da invenção que cria alguma coisa nova, cria alguma coisa nova que vende. “Ela introduz algo novo no mercado. Utiliza soluções que já existiam de uma forma diferente, produzindo novas experiências e resultados melhores”, afirma o docente da Poli-USP.

Inovação: incremental, disruptiva e radical
Por fim, o professor Leopoldo Yoshioka acrescentou que existem três tipos de inovação: a incremental, a disruptiva e a radical. A primeira torna processos mais eficientes com a aplicação de pequenas inovações ou conjunto de ações no produto já existente, que buscam melhorar ou agregar valor aos processos, produtos e serviços que já existem dentro de uma organização.

Ele exemplifica com uma inovação incremental realizada pela própria Datalink: o da impressão do nome da empresa do representante de sonorização nos cabos de áudio fabricado pela empresa. “Essa ideia surgiu por meio de discussões de várias equipes internas e externas. Com a sua implementação, foi possível agregar valor aos produtos da Datalink, trazendo uma diferenciação em relação aos concorrentes ao fortalecer a imagem do representante junto aos seus clientes”, destacou o docente da Poli-USP.

Já a inovação disruptiva cria produtos, serviços ou processos que mudam o comportamento das pessoas. Por exemplo, a modernização de processos, com a inclusão de novas tecnologias, para o relacionamento com o público ou atendimento ao cliente. O aplicativo de mensagem WhatsApp é um modelo de negócio disruptivo que modificou a maneira como as pessoas conversam diariamente, em relações pessoais, profissionais e comerciais. Ou seja, o disruptivo representa a interrupção do seguimento normal de um processo, pois altera o seu curso ao propor algo novo, de modo a aperfeiçoar e a substituir o que já existe.

A Datalink, como mostra Yoshioka, fez inovação disruptiva ao introduzir o “tour virtual” que permite aos clientes fazer uma visita à fábrica, remotamente, e conhecer o processo de produção dos cabos em tempo real. “A Datalink está inovando ao construir uma nova forma de se relacionar com os representantes e seus clientes. Trata-se de uma inovação difícil de ser copiada, pois não se trata somente de instalar câmeras. Foi necessário ‘reinventar’ o processo de fabricação de cabos, baseado na filosofia de que ‘qualidade não se controla, fabrica-se’”, endossa Yoshioka.

A inovação radical está mais relacionada a novas tecnologias, como a nanotecnologia, a tecnologia quântica e inteligência artificial, que vão mudar a produtividade radicalmente. Ela se define, ainda, por alto investimento e impacto, pois significa a transformação profunda e completa de um produto ou serviço. Um movimento que tende a criar novas relações entre mercado e consumidores/usuários.

Independentemente do setor ou área de atuação, a inovação deve vir de maneira estruturada para que ela aconteça de forma bem-sucedida. A Datalink aplica a estratégia de inovação, levando em conta três aspectos fundamentais, são eles: melhorar a experiência do cliente ou consumidor, melhorar ou criar algo novo e aplicar ou buscar novas tecnologias.

Em tempo
Os interessados em fazer o tour virtual pelo complexo industrial da Datalink, devem entrar em contato com o nosso Canal de Vendas, clicando aqui.

 

Educação, inovação e valorização: tripé de sucesso na Datalink

Educação, inovação e valorização: tripé de sucesso na Datalink

Professor da USP ressalta importância de parceria entre mercado e universidade, além do compromisso com o aprendizado constante.

Rosângela Ribeiro Gil
Assessoria de Imprensa
imprensa@afdatalink.com.br

Cristina Camacho
Foto e edição de imagens
elisabeth@afdatalink.com.br

Em 24 de janeiro, celebra-se o Dia Internacional da Educação. A data foi criada pela Resolução 73/25, da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2018. O objetivo é sensibilizar a sociedade civil para que se cumpra o direito à educação e sublinhar o papel da educação como meio para quebrar ciclos de pobreza e para o desenvolvimento sustentável e social.

É com muita satisfação e entusiasmo que a Datalink – uma das principais fabricantes de cabos e conectores de alta qualidade e performance do País – destaca suas ações em educação e aperfeiçoamento entrevistando o professor Leopoldo Rideki Yoshioka, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). No seu perfil no LinkedIn, o docente assim se apresenta: “Tenho um interesse especial em criar valores por meio da educação. Acredito que todas as pessoas, organizações e países são responsáveis ​​por garantir o bem-estar do mundo para o futuro.”

Nesta entrevista especial ao Datalink News, o professor, que é engenheiro eletrônico formado pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), fala sobre a importância da aproximação entre empresas e universidades e ressalta a ação da Datalink nesse sentido, o Datalink Educa. Uma iniciativa, observa o docente da USP, baseada “na filosofia de aprender sempre e que, sem dúvida, está por traz do sucesso da empresa”.  E completa: “Acredito que a iniciativa da Datalink de estreitar os laços com as universidades trará frutos.”

Foram abordados diversos temas nesta matéria, todos pertinentes e aderentes à trajetória da Datalink desde a sua fundação em 1993. Para garantir uma boa leitura dos grandes ensinamentos do professor Leopoldo Rideki Yoshioka, dividimos as respostas em cinco temas – educação, crescimento, valorização, revolução digital e inovação.

Professor Leopoldo Rideki Yoshioka participa de palestra na Datalink. Crédito: Cristina Camacho.

Educação
O Datalink Educa é um dos pilares da empresa. Como o senhor entende a necessidade dessa aproximação empresa e instituições de ensino?
Pelo que sei, a Datalink vem implementando programas de aperfeiçoamento para os seus funcionários. O “Educa”, baseado na filosofia de aprender sempre, é sem dúvida um programa que está por traz do sucesso da empresa.

É importante notar que o impacto do aprendizado nem sempre é percebido imediatamente em termos de resultados. Mas, no médio e longo prazo, a eficiência e a produtividade da empresa aumentarão de forma inequívoca. A demora se deve à própria natureza humana que é a de reagir às mudanças num primeiro momento. Assim, as transformações devem fazer parte do processo, de forma que os colaboradores possam assimilar novos métodos pouco a pouco.

Acredito que a paciência e a visão de longo prazo têm sido fundamentais para o avanço desse programa. Não tenho dúvidas de que a interação entre a empresa e as universidades é um elemento impulsionador para o desenvolvimento de novas tecnologias e processos.

Universidades como a USP [Universidade de São Paulo], por exemplo, possui o domínio muito amplo de conhecimentos científicos e tecnológicos, em praticamente todas as áreas de ciências exatas, humanas e sociais. A empresa, por sua vez, possui um grande conhecimento sobre os processos produtivos, comercialização e o atendimento das necessidades do mundo real. Ambas as partes possuem lacunas e soluções que poderiam ser compartilhadas. Entretanto, na prática, é muito difícil conciliar as ofertas e demandas entre as empresas e universidades. Acredito que a iniciativa da Datalink de estreitar os laços com as universidades trará frutos, sem dúvida.

O senhor acredita que as universidades brasileiras – públicas e privadas – estão abertas para essa troca de experiências e saberes?
De fato, vejo que a Datalink está fortalecendo cada vez mais o vínculo com universidades brasileiras, inclusive com a Universidade de São Paulo (USP). Embora haja interesses tanto das universidades como das empresas, na prática a interação não acontece com muita frequência, principalmente quando se trata de empresas de menor porte.

Mas, no caso da Datalink, me parece que a postura dos fundadores faz a diferença. Eles tomaram a iniciativa de convidar professores e pesquisadores das universidades para conhecerem a empresa. Faz muita diferença quando a empresa mostra a sua planta moderna, com processos de produção, utilizando máquinas e instrumentação de última geração.

O senhor já esteve no complexo industrial da empresa, em Embu das Artes?
A primeira vez que visitei a fábrica da Datalink foi em 2017. Fiquei bastante impressionado com a infraestrutura, mas especialmente com a filosofia da empresa de que a qualidade não se controla, fabrica-se. De lá para cá tenho visitado a empresa regularmente, e observo que, ano a ano, a empresa vem aumentando a interação com outras universidades e empresas.

É muito positivo a empresa estar sempre aberta às visitações, pois, como dito anteriormente, uma verdadeira inovação não pode ser copiada facilmente, pois ela não está na ferramenta, mas sim na forma como se utiliza essa inovação.

Acredito que a interação entre universidades e empresas existe, mas ainda é incipiente, por isso, exemplos de sucesso como o da Datalink certamente despertarão interesse de outras empresas e universidades.

Crescimento
A Datalink completa 30 anos neste ano de 2023 e foi criada por dois engenheiros contemporâneos seus do ITA. Como o senhor contextualiza essa experiência de sucesso no País?
O Brasil é um país grandioso, seja em termos de extensão territorial, tamanho da população e em termos econômicos. Nos anos 2000, chegamos a ser a sexta maior economia do mundo. Entretanto, após a crise econômica mundial de 2008 estamos trilhando uma trajetória contínua de queda. Segundo estudos da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 2019 a indústria brasileira caiu para 16ª posição em termos de participação no cenário global.

As causas da perda de competitividade podem ser atribuídas a diversos fatores, mas o principal é o avanço das concorrentes internacionais, principalmente China, países do sudeste da Ásia e leste europeu. Mesmo diante dessa situação adversa, algumas empresas brasileiras do setor metalúrgico, elétrico e agrícola vêm crescendo com vigor.

É uma conjuntura complexa e difícil para se estabelecer, permanecer e crescer como empresa.
Diante desse cenário, é notável o crescimento da produção e da participação no mercado que a Datalink vem alcançando, em especial nos últimos cinco anos. Os dois sócios-fundadores são meus colegas de turma da faculdade. Eles começaram com um negócio pequeno de montagem de cabos em Santo Amaro, na capital paulista. De lá para cá, passaram por altos e baixos, mas sempre cresceram de forma gradual.

Acredito que o que fez a diferença foi a capacidade de eles atraírem bons funcionários e de desenvolvê-los de forma a contribuírem para agregar cada vez mais valor à empresa.

A produção de cabos industriais e de produtos de áudio de alta fidelidade, que são especialidades da Datalink, exigiu que os conhecimentos-chave fossem adquiridos por eles mesmos, e por meio de interação com os clientes. Trata-se de um processo demorado, que exige resiliência, pois é necessário continuar competindo com concorrentes de todo tipo, e com o cenário adverso do País.

Certamente, não é fácil se sobressair diante dessa situação.

Valorização
Como o compromisso com o desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais faz a diferença, professor?
Quando vejo a empresa crescendo em ritmo acelerado e colhendo resultados significativos, percebo a importância do esforço que foi dedicado para aprimorar as pessoas, os produtos e os processos, ao longo de muitos anos, independente de quão difíceis sejam as circunstâncias.

Claro que o fato de os fundadores terem se formado no ITA [Instituto Tecnológico de Aeronáutica], um curso nada fácil, deve ter contribuído. Com certeza. Mas acredito que o fator mais importante é que eles foram capazes de continuar aprendendo muito, seja a respeito de como produzir cabos de qualidade, mas também sobre como administrar uma empresa, cuidar do bem-estar dos funcionários e, principalmente, em como ser reconhecido como um participante (player) pelo mercado.

Sabemos que o espaço privilegiado para desenvolver o saber técnico e outras competências e habilidades é numa instituição de ensino. Mas, na sua visão, o que a Datalink ensina a futuros profissionais e mesmo para o País?
Acho que o caminho trilhado pela Datalink ao longo dos anos traz lições importantes para a indústria e para as instituições de ensino e de pesquisa. Em conversas que tive com os fundadores, o que me chamou a atenção foi a postura com relação ao desenvolvimento dos funcionários dentro da empresa.

Acredito que uma das razões da rotatividade [turnover] ser baixa em relação à média do mercado é o fato de a Datalink proporcionar oportunidade para que os funcionários cresçam profissionalmente. É claro que devido ao porte atual, não é possível atender aos anseios de todos, mas aqueles que persistem e buscam o aprimoramento acabam conseguindo alcançar seus objetivos.

Vale salientar que todas as empresas, de forma geral, querem valorizar os seus colaboradores. Entretanto, não é nada fácil fazer acontecer na prática, pois é necessário que a empresa tenha fôlego e disponibilidade para implementar programas de aperfeiçoamento dentro da empresa (in company).

Revolução digital
Como o senhor posiciona a Datalink, uma empresa que fabrica cabos para telecomunicações e automação etc., num Brasil que tem o desafio de se qualificar para os avanços tecnológicos num mundo social, privado e empresarial cada vez mais dominado por paradigmas das tecnologias da informação e da comunicação (TICs)? Como não ser passado para trás nessa “destruição criativa” [conceito introduzido pelo economista austríaco Joseph Schumpeter, na primeira metade do século XX] cada vez mais veloz?
Você tocou num tema muito importante. O Brasil é um país muito grande e populoso. Porém, é também um país muito desigual. Os grandes centros são tão avançados e modernos quanto as capitais dos países desenvolvidos, como Nova Iorque, Paris ou Tóquio [respectivamente, cidade dos Estados Unidos e as capitais da França e do Japão]. Enquanto isso, ainda falta distribuir a infraestrutura de saneamento, energia, telecomunicação e de mobilidade para muito dos cinco mil municípios do País.

Recentemente, chegou ao Brasil a tecnologia 5G de telefonia sem fio. Essa nova tecnologia de comunicação, juntamente com outras tecnologias, como a Inteligência Artificial (IA) e a Robótica, estão desencadeando uma nova revolução chamada “Revolução Digital”.

Diante desse cenário, vejo que a Datalink tem enorme potencial de crescer de forma exponencial, produzindo e fornecendo soluções de conectividade nas áreas de Indústria 4.0, cidades inteligentes [smart cities] e agricultura digital, entre outras.

Acredito que o fator-chave para a Datalink será a criação de uma geração de colaboradores que herde o espírito primordial dos fundadores e desenvolvam novos caminhos para enfrentar os desafios da “era digital” que se aproxima.

Inovação
Em recente entrevista ao Datalink News, o professor José Roberto Cardoso (Poli-USP) observou que, hoje, criação e inovação estão muito associadas a uma startup, mas a inovação pode estar em diversas outras ações.
O professor Cardoso é uma autoridade na área de ensino de engenharia. Ele sempre foi um grande incentivador dos alunos para empreenderem e construírem startups por meio da inovação.

A inovação está muito associada aos startups por conta das incertezas envolvidas na implementação de novas ideias. As empresas tradicionais buscam minimizar os riscos decorrentes da adoção de novas soluções. Entretanto, isso não quer dizer que a inovação seja uma exclusividade das startups. Muito pelo contrário, as empresas estão cada vez mais buscando a inovação como forma de vencer a concorrência e conquistar o mercado.

Como o senhor avalia o papel da inovação na Datalink?
Vejo que a Datalink percebeu a importância da inovação, e vem trabalhando para incorporá-la dentro da cultura da empresa. Recentemente, numa conversa com um dos fundadores, fiquei sabendo de algumas inovações criadas pelos colaboradores. Uma delas é o “tour virtual”, que é uma ferramenta que permite aos representantes e clientes da Datalink conhecerem a fábrica em detalhes, um passo-a-passo de cada uma das etapas de produção dos cabos.

Essa inovação traz um impacto muito positivo nos clientes que muitas vezes estão distantes. Importante observar que é uma inovação difícil de ser copiada, pois o ponto essencial não é a instalação de câmeras em si (algo que qualquer um pode fazer), mas o conteúdo que será mostrado em tempo real e não “a casa arrumada” para os visitantes que podem acessar a qualquer momento.

Outra inovação foi a gravação do nome dos clientes no tubo termo retrátil dos cabos de som. Isso causou um impacto muito positivo nos lojistas, pois eles se sentiram valorizados e mais motivados a oferecer um produto personalizado para os seus clientes.

Enfim, a Datalink está inovando sempre, e muitas vezes são detalhes que passam despercebidos pela maioria das pessoas, mas que fazem uma grande diferença no final das contas.

Estudantes devem conhecer inovação da Datalink, afirma professor

Estudantes devem conhecer inovação da Datalink, afirma professor

Para José Roberto Cardoso, a empresa, há quase 30 anos, consegue reunir qualidade, ética e tecnologia.

Rosângela Ribeiro Gil
Assessoria de Imprensa
imprensa@afdatalink.com.br

Cristina Camacho
Arte e edição de imagens
elisabeth@afdatalink.com.br

Apaixonado pelo ofício do magistério e pela engenharia brasileira, José Roberto Cardoso recebeu os títulos de engenheiro eletricista, mestre, doutor e livre-docente em engenharia elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) em 1974, 1979, 1986 e 1993 respectivamente, e no período de 1986-1987 realizou pós-doutorado no Laboratoire d´Electrotechnique de Grenoble, na França. Desde 1999 é professor titular do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas da Poli. Na graduação ministra cursos de Eletromagnetismo e Conversão Eletromecânica de Energia, escreveu três livros, um deles em língua inglesa, e é membro atuante de organizações internacionais que se dedicam à Educação em Engenharia.

O professor Cardoso é grande entusiasta das iniciativas na área da engenharia no País, mas não abre mão de um exercício profissional amparado totalmente na ética e na ação responsável. Para ele, a engenharia é fundamental para os tempos atuais, assombrados pelas emergências climáticas, para conceber processos, produtos e práticas ambientalmente sustentáveis.

Com a simplicidade e serenidade que lhes são características, o docente falou com a reportagem da Datalink News sobre as iniciativas de profissionais de engenharia que dão certo, como a própria Datalink, as principais transformações no ensino da engenharia e indica, ainda, as novas e importantes competências para os engenheiros, como a comunicação, trabalho em equipe e a vontade de sempre aprender.

O professor Cardoso traz a sabedoria que não precisa do tom autoritário, suas palavras sempre são ditas em tom quase silencioso e amigável, jeito daqueles que gostam do diálogo democrático.

O exercício da profissão sempre foi muito elástico – desde os profissionais empregados aos que trilham o caminho do empreendedorismo. A Datalink, inclusive, nasce do senso de oportunidade e empreendedorismo de dois engenheiros egressos do ITA, no início dos anos 1990, quando o Brasil passava por ajustes econômicos. Como o senhor vê o universo de atuação dos/as engenheiros?
José Roberto Cardoso –
A experiência dos empreendedores que criaram a Datalink é conhecimento privilegiado, que precisa ser difundido entre nossos estudantes. Ao ver a empresa agora, responsável pelo desenvolvimento de produtos de alta tecnologia no setor de transmissão de dados, não imaginamos os desafios que seus responsáveis enfrentaram para atingir este estágio de desenvolvimento tecnológico.

São posturas como esta que precisam ser difundidas entre nossos estudantes. A época em que o emprego aparecia nas páginas dos jornais acabou, no entanto, as oportunidades de criação passam na frente dos olhos de nossos estudantes a todo o instante. Resta a eles “enxergá-las”, como fizeram os estudantes do ITA em 1990 ao criarem a Datalink.

Pensa-se que criar corresponde a abrir uma startup, no entanto, isso não é verdade. Nossos estudantes devem ser criativos e inovadores nas próprias empresas em que trabalham, bastando para isso ter um raciocínio crítico adequado, aliado a uma inteligência emocional bem desenvolvida.

Eles precisam saber que a IBM mudou completamente seu ramo de atividade, devido a insistência de apenas um de seus funcionários, cujo nome já não me lembro, caso contrário estaria no rol das grandes empresas do passado que desapareceram sem deixar vestígios no mundo corporativo.

Nos tempos atuais, qual a melhor definição de engenharia?
José Roberto Cardoso – O engenheiro(a) é aquele profissional que concebe, projeta (e enquanto projeta inova), implementa e opera sistemas ou produtos com a visão no futuro do planeta. Suas ações em nossos dias devem estar relacionadas ao atendimento das metas dos objetivos do desenvolvimento sustentável [ODS, da Organização das Nações Unidas], e em disponibilizar às gerações futuras aquilo que nos é disponibilizado em nossos dias.

Diante desse dilema da sustentabilidade, do desenvolvimento que não mais agrida e mate os recursos naturais, o mundo pode viver sem a engenharia?
José Roberto Cardoso –
Os engenheiros mudam o mundo a cada dia, e nunca estão satisfeitos. Qualquer ação humana de uma forma ou de outra impacta o meio ambiente, aqui visto como algo bem geral, que inclui a humanidade.

Para que essas mudanças não causem danos irreversíveis, a engenharia é, em nossos dias, a profissão mais exigida na mitigação de danos causados pela ação humana, de modo que não há como pensar em um mundo sem engenharia em nossos dias.

Como a profissão, ao longo da história da civilização humana, vem se adaptando às exigências de cada tempo histórico?
José Roberto Cardoso –
A engenharia vive da reflexão sobre os erros do passado. Até meados do século XX, os engenheiros não se preocupavam com as origens dos insumos utilizados em suas realizações. Imaginava-se que os recursos, de toda ordem, eram infinitos, de modo que pensavam no produto apenas durante o espaço de tempo em que estavam projetando-o. Não havia preocupação mínima com o que aconteceria com ele após ser vendido, e muito menos pensava-se no que ocorreu com os materiais utilizados na sua manufatura.

Hoje em dia é diferente. O engenheiro tem consciência de que um produto é concebido utilizando-se de materiais oriundos de uma mina, ou de um poço de petróleo ou de uma floresta, de modo que o impacto na sustentabilidade é evidente.

Cabe ao engenheiro concebê-lo de modo a minimizar ao extremo este impacto, seja utilizando materiais reciclados ou oriundos de minas em que o trabalho escravo não esteja presente, de madeiras de reflorestamento certificadas e com o mínimo de combustível fóssil; sem esquecer de prever que um dia este produto será “aposentado” ou ressuscitado sem agredir o meio ambiente.

Outra questão que nos incomoda como engenheiros, é que o avanço tecnológico é sempre dirigido em aumentar o foço existente entre a elite dominante e os vulneráveis. Nossos profissionais precisam conceber produtos e sistemas para reduzir esta distância que a cada dia aumenta mais.

Quais as principais transformações no ensino da engenharia que o senhor observou nesse tempo de docência?
José Roberto Cardoso – A principal transformação que observamos nestes últimos 25 anos foi a mudança no relacionamento professor/aluno. No passado, o professor era um monarca, sua palavra era absoluta e sua intelectualidade a única fonte de conhecimento. A tecnologia, associada à evolução das relações humanas, com o reconhecimento da diversidade sexual, e a rejeição ao racismo levou nossos alunos a assumir a posição de protagonistas na aquisição do conhecimento.

O raciocínio crítico evoluído, que leva o ser humano a questionar aquilo que não entendeu sem medo, levou ao compartilhamento de responsabilidades na aquisição do conhecimento. Para tal, o estudante de engenharia precisou adquirir competências que no passado não eram exigidas do profissional. Hoje, é comum ver um engenheiro bom comunicador, literato, com conhecimentos diversos associados ao contexto da prática da engenharia e, sobretudo, consciente de sua responsabilidade para com nosso planeta.

Há muito ainda a fazer, pois existe um conflito de gerações em andamento, no entanto, isso é coisa que o tempo, como juiz implacável, resolverá.

Como a engenharia segue num mundo em que é necessário conciliar negócios, sustentabilidade e bem-estar social?
José Roberto Cardoso –
Esta é a nova consciência que precisa ser desenvolvida nos estudantes de engenharia. Nos negócios, a ética incondicional, sem abertura alguma à sua violação; na sustentabilidade, a consciência ambiental de que este mundo é único e não há como não o tratar bem; no bem-estar social, a governança profissional das empresas que garanta a boa gestão dos dois primeiros quesitos com a visão de que o ser humano é o maior patrimônio de qualquer empreendimento, garantirá, a meu ver, uma engenharia de qualidade e responsável.

Por fim, o que o senhor falaria aos engenheiros já formados e aos que virão?
José Roberto Cardoso –
Estamos no século em que as regras foram feitas para serem quebradas. São muitos os exemplos que temos para listar. No entanto, para quebrá-las os engenheiros precisam assumir responsabilidades que antes não eram exigidas, pois vivíamos em um mundo com regulamentos cristalizados que limitavam a criatividade. Para viver neste novo mundo, o/a engenheiro/a precisa ser competente no trabalho em equipe, na comunicação oral, escrita e na linguagem gráfica, raciocínio crítico privilegiado, elevado quociente emocional e, por fim, mas não menos importante, a vontade de sempre aprender.