Neste 14 de junho, Dia Mundial do Doador de Sangue, contamos a história inspiradora de Edson Borges, gerente da Datalink.

 

Embu das Artes (SP), 14 de junho de 2023 – Em 1996, o jovem Edson Borges, aos 18 anos de idade, foi se alistar no Serviço de Recrutamento e Preparo de Pessoal da Aeronáutica (Serep). Na ocasião, conheceu a campanha para doação de sangue. Ele não pestanejou e se apresentou como voluntário.

Em maio último, mais precisamente no dia 12, o hoje engenheiro e gerente de Tecnologia e Inovação da Datalink – fabricante brasileira de cabos e conectores – fez mais uma doação de sangue ao completar 45 anos de idade e 27 anos ininterruptos como doador. “Não parei mais desde aquela época. Iniciei com a meta de fazer quatro doações anuais, na modalidade voluntário. Atualmente, faço duas doações como voluntário no Banco Pró-Sangue e fico disponível para doações para familiares e amigos”, explica ele.

Nessa última condição, ele lembra que uma tia teve de colocar um marcapasso e precisou de sangue para reposição. “Fui o doador, é claro. Isso me trouxe uma nova forma nessa solidariedade: duas vezes, por ano, como voluntário e outras vezes fico disponível quando necessário para familiares e amigos”, observa o engenheiro da Datalink.

Para reforçar a sua decisão, Edson Borges ficou sabendo que o seu tipo de sangue de Edson Borges, o B negativo, é um dos que têm pouco estoque no País. “Acredito que foi um fator que pesou ainda mais para me manter como um doador regular e permanente”, destaca ele.

Segundo informações do Ministério da Saúde, uma pessoa adulta tem, em média, cinco litros de sangue em seu organismo. Em cada doação, podem ser coletados entre 420ml e 470ml de sangue, além de 25ml a 30 ml para os exames laboratoriais. Levando em conta esses números, e fazendo um cálculo sobre quatro doações anuais durante 27 anos, Edson Borges doou dois litros de sangue por ano e 54 litros ao todo desde 1996 até agora.

Edson Borges em mais um dia de doação de sangue. Crédito: Acervo pessoal.

O sangue é reposto pelo organismo. A reposição do volume de plasma ocorre em 24 horas e a dos glóbulos vermelhos em quatro semanas. Entretanto, para o organismo atingir o mesmo nível de estoque de ferro que apresentava antes da doação, são necessárias oito semanas para os homens e 12 semanas para as mulheres. Por isso, o intervalo mínimo entre uma doação de sangue e uma doação de plaquetas é de 56 dias; entre plaquetas e sangue, 72 horas. O número máximo de doações de plaquetas, por mês, é de quatro doações; e por ano, 24 doações.

Ato de amor
Ao pé da letra e sem vergonha de falar ou repetir o que se diz um chavão, o engenheiro mostra que a doação de sangue é realmente um ato de amor. Sem dúvidas, é um gesto solidário que pode salvar a vida de pessoas que se submetem a tratamentos e intervenções médicas de grande porte e complexidade, como transfusões, transplantes, procedimentos oncológicos e cirurgias. Mas também para pacientes com doenças crônicas graves – como Doença Falciforme e Talassemia – possam viver por mais tempo e com mais qualidade, além de ser de vital importância para tratar feridos em situações de emergência ou calamidades.

Ou seja, ressalva Borges, sempre tem gente que precisa de sangue, “por isso o sentido de ‘banco de sangue’. Fazemos um ‘depósito’ não apenas para o outro, mas para nós também”. Uma única doação – equivalente a uma bolsa de 500 ml – pode salvar até quatro vidas. A doação regular é fundamental para manter os estoques de sangue sempre abastecidos.

O consumo do sangue, como destaca o órgão ministerial, é diário e contínuo, pois ele é utilizado em diversas situações: em anemias crônicas, cirurgias de urgência, acidentes que causam hemorragias, complicações da dengue, febre amarela, tratamento de câncer e outras doenças graves. O órgão também ressalta que não há um substituto para o sangue.

Todo sangue doado é separado em diferentes componentes (hemácias, plaquetas, plasma) e assim pode beneficiar vários pacientes com apenas uma unidade coletada.

O engenheiro afirma que, durante essas quase três décadas, não enfrentou nenhum tipo de problema em conciliar a vida profissional e pessoal e as doações. Segundo ele, hoje está muito mais acessível porque o funcionamento dos bancos de sangue está mais abrangente. “Se antes, a doação era feita apenas durante a semana, de segunda a sexta-feira, agora podemos doar aos sábados, nos feriados e em alguns domingos por mês, com horários maiores”, observa, e faz questão de acrescentar: “Não há desculpa, nesse sentido.”

Filosofia de vida
Edson Borges criou a seguinte rotina para as suas doações voluntárias: “Como disse, são feitas duas vezes ao ano, e são com essa simbologia: uma, no dia do meu aniversário [12 de maio], para agradecer a graça de mais um ano de vida com saúde; e a outra é no último dia útil do ano, em agradecimento por mais um ciclo de vida.”

O engenheiro da Datalink faz questão, ainda, de evidenciar que a doação não dói e é rápida. Ele aconselha: “Se a pessoa estiver com boa hidratação e tiver uma alimentação saudável, ela consegue completar uma bolsa de sangue de 500 ml em cinco minutos, que é o meu caso. Essa bolsa pode salvar quatro vidas. Durante esses anos todos essa é a minha média de tempo da minha doação de sangue, cinco minutos.”