Entrevistamos o baterista e maestro Ulysses Sebastião que usa cabos Datalink em suas apresentações

Vinte de setembro é celebrado o Dia do Baterista, músico que, geralmente, fica posicionado no fundo do palco. A data é uma homenagem aos músicos percussionistas que dão ritmo à música e que reúnem muito talento, habilidade, carisma e preparo físico! A bateria é um instrumento versátil utilizado em diversos estilos musicais, do jazz ao samba. A Datalink, fabricante de cabos de sonorização, rende sinceras homanagens aos e às bateristas que entregam tudo.

Ao longo da história, bateristas deixaram sua marca na música e grandes legados que passam de geração para geração, com apresentações icônicas quando utilizam as mãos e até os pés para tirar o melhor ritmo musical.

Como os próprios músicos gostam de destacar, não existe um padrão para o que é uma bateria ou como deve tocar um baterista. A bateria é composta de diversas peças e cada músico pode personalizar para ter o som que precisa. Por exemplo, Ringo Starr, da banda inglesa Beatles, usava poucas peças e um conjunto pequeno, já Roger Taylor, da também inglesa Queen, usava muitas peças.

O músico precisa zelar pela sua bateria, por isso, o cuidado está associado desde a manutenção periódica à compra de produtos de qualidade, como cabos, conectores e acessórios. A Datalink tem o compromisso de oferecer a excelência de produtos que vão garantir o melhor som.

Quem comprova a qualidade Datalink é o baterista, professor e maestro de orquestra e coral Ulysses Sebastião: “Posso afirmar que, além do instrumento que temos, é imprescindível ter algo que conecte nossas expressões musicais, algo que pode ter a função de tornar possível o que fazemos uma vez se tornar memorável/eterno, através de uma gravação! Obrigado, Datalink por fazer parte da minha carreira musical e contribuir com tanto! Fico honrado!”

Preparo físico
Para além do conhecimento musical, o baterista precisa reunir outras habilidades. A coordenação motora que um baterista pode alcançar é surpreendente, pois ele pode executar múltiplas ações utilizando cada membro e fazer com que tudo soe de forma perfeitamente sincronizada.

Por ser um músico que utiliza todos os membros do corpo para extrair as melhores notas musicais, bateristas, em alguns casos, prezam muito por exercícios físicos. O importante é aumentar a resistência física dos braços e das pernas para tocar o instrumento sem se cansar com facilidade.

Ulysses Sebastião, baterista, maestro e professor

Ulysses Sebastião. Crédito: Arquivo pessoal.

Nesta entrevista especial pelo Dia Nacional do Baterista, Ulysses Sebastião, artista da marca Datalink, nos fala de como foi o seu “encontro” com a bateria, quais são seus músicos preferidos e como a bateria define e marca o compasso mais rápido ou mais lento de uma melodia.

Além de muita coordenação motora e espacial, relaxamento, leveza e força para extrair o melhor som, Ulysses Sebastião também observa que é necessário saber “tocar” a alma das pessoas e não chegue apenas aos ouvidos.

Entre tantos ídolos, Ulysses cita três bateristas que foram e são importantes na sua trajetória musical como instrumento, Mike Portnoy [baterista e compositor norte-americano, foi baterista oficial e cofundador da banda de metal progressivo Dream Theater], Brian Blade [baterista, compositor e músico de jazz americano] e o brasileiro Rui Motta [baterista autodidata e compositor, participou ativamente dos movimentos iniciais do rock nacional no fim dos anos 1960, até que em 1973 integrou-se aos Mutantes].

Nosso entrevistado, ainda comenta dois filmes que retratam a vida de músicos bateristas, “Whiplash” e “O som do silêncio”. Para ele, ambos mostram que o equilíbrio é fundamental para extrair o melhor do que se gosta. “Pausa também é nota”, ensina Ulysses Sebastião.

Como foi o seu “encontro” com a bateria?
Ulysses Sebastião –
Meu encontro com a bateria foi bem inusitado: comecei na verdade com o violão, como meu primeiro instrumento. Como eu tocava na igreja, o padre da época (Padre Bartolomeu, gente boníssima), comprou uma bateria para a igreja, lembro até hoje, azul bem clarinha e com o som mais iniciante, mas que com o tempo uma afinação mais refinada não deixou desanimar dos objetivos; essa bateria “Collins” fez parte da minha vida como baterista, pois foi a que eu iniciei, e devido à essa oportunidade/contato com o instrumento, foi muito importante na construção como baterista profissional.

O que é ser um baterista? E o que é a bateria numa música?
Ulysses Sebastião –
O que é ser baterista pra mim?! Adorei essa pergunta! Há um certo preconceito sobre o instrumento bateria e o ser baterista na sociedade e inclusive por muitos bateristas, independente do estilo musical, creio fortemente que não se deve bater no instrumento e sim tocar nele, parece uma frase irrisória, entretanto tem sua essência. Creio que todo baterista tem que tocar neste instrumento de forma que atinja a alma das pessoas e não somente os ouvidos, entende?! Ser baterista pra mim, é isso!

Música destaca que pausa também é uma nota. Crédito: Arquivo pessoal.

Quais bateristas lendários, em sua opinião?
Ulysses Sebastião –
São tantos os bateristas lendários, mas vou citar três dos que admiro.

Mike Portnoy, um baterista que tem um bom gosto musical, no estilo Rock/Progressivo é uma ótima referência nas suas composições e toca de um jeito muito padronizado.

Brian Blade, esse cara passou a ser uma referência pra mim depois que meu mentor Zé Carlos, disse que eu tocava parecido com um baterista e se eu o conhecia, sendo que nunca tinha ouvido falar; seu som é complexo, com melodias e ritmos muito soltos, fora do padrão e com excelente bom gosto musical, além de ser multi-instrumentista e compositor. Tem uma carreira admirável…

Rui Motta, este baterista brasileiro me fez conhecer o que é uma partitura de bateria, uma pauta, uma clave e todos os elementos necessários para ler/escrever músicas, foi o primeiro livro de bateria que tive na vida, quando estudava sozinho; extremamente importante pra mim e sou muito grato pela dedicação dele neste material para iniciantes, gostaria inclusive de notícias e conhecê-lo pessoalmente.

O baterista fica, geralmente, no fundo do palco, mas isso não quer dizer falta de protagonismo na música. Você pode comentar um pouco sobre isso?
Ulysses Sebastião –
O baterista não fica necessariamente no fundo, mas fica ao centro do palco ou em locais que todos possam vê-lo, assim como o maestro numa orquestra, somando na condução musical e estando assim como referência nos inícios e términos das músicas. Tem que ficar claro que cada músico tem sua importância por igual, mas o que muda sempre, é a função de cada instrumento.

Alguns filmes clássicos – por exemplo, “Whiplash – Em busca da perfeição” e o “O som do silêncio” – sobre o músico baterista nos trazem toda a complexidade do instrumento e da dedicação do músico. Da coordenação motora, preparo físico aos cuidados com o aprendizado musical. Você pode comentar sobre isso também?
Ulysses Sebastião –
Sobre os filmes “Whiplash” e “O som do silêncio”, podemos pensar de duas formas, ou melhor com duas visões. A mensagem que quero deixar sobre “Whiplash” é: Até que ponto nos submetemos às vontades e desejos do outro para a sua arte, à sua consciência musical e o seu desenvolvimento? Você está disposto/a a arriscar tudo e/ou dedicar toda na sua vida para agradar uma outra pessoa ou obter algo?! A última cena do filme relata, para mim, que nada mais importa, e que a dedicação no instrumento e na música que foi dispensada até o momento foram resumidos em minutos, em um momento, e valeu à pena todo o esforço, primeiramente por você mesmo, sua satisfação pessoal.

Em “O som do silêncio”, vale refletir de que tudo que ouvimos tem influência nas nossas vidas. O protagonista visivelmente é o típico baterista que bate no instrumento e tem certeza que ouve e expressa o que há de melhor em si e para sua vida. Entretanto, há mudanças que se fazem necessárias para o desenvolvimento de cada um. Resumindo: em outras condições físicas e mentais ele viu que é possível contemplar a vida de outra forma. Minha mensagem sobre esse vídeo é “pausa também é nota”.

Siga o artista nas redes sociais
Instagram – @ulyssessebastiao
YouTube – @ulyssessebastiao

 

A bateria
Ao sentar atrás de uma bateria, o músico, que utiliza baquetas, tem à sua frente diversos tambores e pratos. São eles:
Caixa – um tambor que produz som mais seco e agudo, de formato cilíndrico e com duas peles fixadas em aros metálicos.
Surdo – Fica ao lado direito da bateria e é responsável por dar o tom mais grave é ideal para pontes e transições.
Bumbo – O maior tambor da bateria, posicionado no centro e à frente. Possui um som grave que marca o som da música.
Tons – São tambores que reproduzem variações de sons graves e médios.
Chimbal – São dois pratos posicionados à esquerda do baterista. Podem ser tocados tanto com o pedal quanto com as baquetas. 
Prato de ataque – Utilizados em transições musicais, além do encerramento de uma música.
Prato de condução – Seu som é similar ao de um sino. É usado para conduzir o “groove”, servindo de base para as batidas mais acentuadas.