Cuidar da saúde mental é coisa de homem e de mulher

Cuidar da saúde mental é coisa de homem e de mulher

O preconceito é um fator de risco ao afastar as pessoas do atendimento psicológico. Quem cuida da mente, cuida da vida.

 

O pior obstáculo para a nossa saúde mental é o preconceito. Hoje, vamos falar dos tabus em relação ao cuidado com a saúde mental. Estamos no mês da campanha Janeiro Branco, movimento de conscientização da saúde mental e emocional, que, neste ano de 2024, completa dez anos de existência. O tema escolhido desta edição é “Saúde mental enquanto há tempo! O que fazer agora?”.

Quantas vezes não ouvimos, ou falamos, que procurar assistência psicológica é coisa “de louco, de fraco ou de mulher”?  

Especialistas da área apontam que esse tipo de preconceito atinge mais o público masculino. Por quê? Porque existe uma crença errada de que “homem precisa ser forte” ou que não pode chorar. Muitos acabam sofrendo silenciosamente, porque têm vergonha de falar sobre seus sentimentos.

As pesquisas mostram que o homem sofre mais distúrbios, complicações de saúde e hábitos ruins (ou vícios) para a sua vida. De acordo com dados do Ministério da Saúde, homens brasileiros vivem, em média, sete anos a menos que as mulheres. Ou seja, o preconceito não é boa companhia e faz mal à saúde.

Cuidar da saúde mental não deixa um homem menos homem, não faz com que a pessoa seja fraca ou louca. Cuidar da saúde mental promove bem-estar, relacionamentos saudáveis, melhora a autoestima, auxilia no desenvolvimento pessoal e profissional, auxilia na organização e manejo do tempo.

Há muitos fatores que interferem na nossa saúde mental: responsabilidade familiar, pressão no trabalho, busca pela estabilidade financeira, questões socioculturais, amigos, estudos. Ou seja, estamos o tempo todo sob pressão.

Às vezes, não conseguimos enfrentar tudo isso sozinhos e ficamos nervosos, ansiosos, angustiados. É nessa hora que entra o atendimento profissional especializado. E isso não é sinal de fraqueza, ao contrário, mostra maturidade e inteligência emocional.

Como destacam especialista, infelizmente, as pessoas só procuram a terapia quando já chegaram em seu limite emocional ou já tiveram perdas em algumas das áreas da sua vida: separação conjugal, demissão, crises familiares, entre outras.

Você sabia…
Por que janeiro Branco?

Janeiro, o primeiro mês do ano, inspira as pessoas a fazerem reflexões acerca das suas vidas, das suas relações, dos sentidos que possuem, dos passados que viveram e dos objetivos que desejam alcançar no ano que se inicia. Janeiro é uma espécie de portal entre ciclos que se fecham e ciclos que se abrem nas vidas de todos nós.

 

Por que a cor branca?
A cor branca foi escolhida por, simbolicamente, representar “folhas ou telas em branco” sobre as quais podemos projetar, escrever ou desenhar expectativas, desejos, histórias ou mudanças com as quais sonhamos e as quais desejamos concretizar. A campanha tem como objetivo criar uma cultura de cuidado emocional, proporcionando informações e apoio para indivíduos, famílias, instituições e comunidades em geral.

Dicas e recomendações
A saúde mental também precisa de cuidados no dia a dia. Por exemplo: priorizar um sono de qualidade, alimentação saudável, fazer atividades físicas – uma boa caminhada, uma corrida ou exercícios físicos numa academia de ginástica. E ainda fazer atividades relaxantes, a meditação é muito legal. É aquele momento que paramos por alguns minutos para prestarmos atenção aos sentimentos, para se ver, ouvir, sentir e acolher emoções (alegrias, tristezas, raivas, ansiedades, medos etc.).

Mas tem um cuidado fundamental para nos ajudar a lidar com a avalanche de sentimentos e emoções: o atendimento especializado. Ele é fundamental para nos ajudar no caminho do autoconhecimento, ou seja, entender o que sentimos e como lidar com emoções.

À equipe Datalink
A Datalink entende importante abordar a questão e reduzir o estigma associado à saúde mental e promover soluções e apoio. Por isso, a empresa, desde junho de 2023, oferece aos colaboradores e colaboradoras atendimento gratuito de consultoria psicológica pelo convênio com a Telavita. As trilhas oferecidas pela plataforma incluem consultas online com psicólogos e psiquiatras, conteúdos educativos, exercícios, treinamentos e outros tipos de cuidado.

Vale repetir: a Datalink oferece benefício gratuito de atendimento semanal.

Benefício
O RH da Datalink informa aos colaboradores e às colaboradoras que utilizem o benefício disponibilizado pela empresa. É um atendimento privado, semanal e online para facilitar a realização das sessões. Se quiser mais informação sobre o Telavita o RH está à disposição. Ou, se preferir, faça o acesso direto fazendo a devida identificação em https://www.telavita.com.br/.

Assista ao vídeo


Sobre a Datalink

A Datalink é uma das principais fabricantes de cabos coaxiais e conectores e desenvolvedora de sistemas de alta qualidade e performance. Empresa brasileira cujo portfólio de produtos atende a diversos segmentos econômicos e de serviços: agronegócio, automação industrial e predial, automotivo, energia solar, estética, saúde, sonorização, telecomunicações. A história da Datalink mostra a capacidade industrial e a competência da engenharia brasileira. A qualidade, a excelência e a segurança dos seus produtos são a marca da Datalink criada em 1993 e com seu complexo industrial instalado em Embu das Artes (SP). Em 2023, recebeu a certificação GPTW (Great Place To Work) de ótima empresa para trabalhar. Mais informações em www.afdatalink.com.br.

Informações para a imprensa
Assessoria de Imprensa Datalink
Rosângela Ribeiro Gil
imprensa@afdatalink.com.br

Setembro Amarelo: Saúde mental também no ambiente de trabalho

Setembro Amarelo: Saúde mental também no ambiente de trabalho

Datalink se junta ao esforço da campanha Setembro Amarelo dedicado à campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio

Embu das Artes (SP), 11 de setembro de 2023 – A Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu 10 de setembro como o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio, a campanha é realizada durante todo o mês de setembro. Em 2015, a campanha Setembro Amarelo foi criada no Brasil pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), visando a conscientização, prevenção e redução dos números alarmantes de casos de suicídios registrados anualmente.

Embora a campanha não seja específica ao ambiente de trabalho, a Datalink entende importante abordar a questão e reduzir o estigma associado à saúde mental e promover soluções e apoio. Por isso, a fabricante de cabos e conectores, desde junho último, disponibilizou atendimento gratuito de consultoria psicológica ao estabelecer convênio com a Telavita. As trilhas oferecidas pela plataforma incluem consultas online com psicólogos e psiquiatras, conteúdos educativos, exercícios, treinamentos e outros tipos de cuidado.

A atitude da Datalink está de acordo com a indicação de especialistas da área da saúde da importância de as empresas e empregadores adotarem medidas proativas para promover um ambiente de trabalho saudável e de apoio. Implementar programas e ações de bem-estar mental, a promoção de uma cultura de respeito, apoio e empatia com os colaboradores.

Como destaca Adriana das Neves, gerente administrativa da área de Recursos Humanos da empresa, a Datalink tem, entre seus objetivos, cuidar para que o ambiente laboral, do chão de fábrica à administração, adote práticas saudáveis de relações interpessoais e de processos produtivos. “A vida dos nossos colaboradores está em primeiro lugar, porque sem ela não tem produção de qualidade. Temos consciência dessa relação. Por isso, apesar de o assunto estar envolto em tabus, a empresa tomou a iniciativa de oferecer esse benefício”, diz Adriana. Ela complementa: “Entendemos que falar e buscar ajuda é a melhor solução para quem está passando por situações difíceis. O acompanhamento psicológico, além do apoio da família e dos amigos e dos colegas de trabalho, fazem parte desse apoio. É essencial que as pessoas consigam falar sobre o que sentem.”

Estatísticas
Segundo a OMS, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo. Mas também informa que existem episódios subnotificados, o que pode chegar a mais de 1 milhão de casos. No Brasil, a estimativa é de 14 mil casos por ano, o que leva em média trinta e oito pessoas cometem suicídio por dia. Entre 2010 e 2019, o país registrou em torno de 112.230 mil mortes por suicídio.

De acordo com especialistas, o suicídio de trabalhadores/as e a saúde mental no ambiente de trabalho são preocupações importantes a serem discutidos. Observam ainda que o estresse no trabalho, pressão excessiva, assédio, carga de trabalho excessiva e falta de apoio emocional podem contribuir para problemas de saúde mental entre os trabalhadores e as trabalhadoras.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 2019, 10,2% das pessoas com 18 anos ou mais receberam o diagnóstico de depressão. Estados do sul e sudeste têm 15,2% e 11,5%, respectivamente, de adultos com diagnóstico confirmado de depressão. Em seguida, o centro-oeste (10,4%), nordeste (6,9%) e norte (5%). Segundo dados da Previdência Social, a terceira maior causa de afastamentos por auxílio-doença acidentário é de transtornos mentais, como a depressão, que pode ser um dos motivos.

Para as pessoas que querem e precisam conversar, o Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, por meio do telefone: 188, chat ou e-mail.

Entrevista exclusiva
Abordagem holística reconhece interconexão entre mente e corpo

Aline Aparecida da Silva é coordenadora de Programa de Saúde da Telavita, consultoria conveniada da Datalink. Ela é psicóloga formada pelo Centro Universitário São Camilo, com pós-graduação em Gestão Estratégica de Negócios pelo Mackenzie, MBA em Big Data- Data Science pela Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap), pós-graduação em Saúde Pública com Ênfase em Saúde da família na Universidade Anhembi Morumbi

Aline Aparecida da Silva, coordenadora de Programas de Saúde da Telavita. Crédito: Acervo pessoal.

Sua experiência compreende atuação com gestão de programas corporativos, de qualidade de vida, de inclusão de pessoas com deficiência, de saúde mental, saúde osteomuscular e, ainda, programa de gerenciamento de pacientes crônicos, desempenhando atividades de criação de protocolos de saúde, divulgação e implementação dos programas nos clientes, análise dos resultados obtidos como evolução clínica e impactos na sinistralidade.

Na entrevista, a seguir, Aline responde questões importantes saúde mental e física, sintomas importantes que podem indicar uma necessidade de atenção e apoio. Leia, e passe adiante para que todos possamos ajudar uns aos outros nessa caminhada em defesa da vida.

A senhora poderia nos falar sobre a importância da campanha Setembro Amarelo como forma de reduzir ou eliminar o estigma que envolve a saúde mental?
A campanha de conscientização Setembro Amarelo é uma poderosa aliada à luta contra o estigma associado aos transtornos mentais e ao suicídio. Ao disponibilizar informações e desafiar preconceitos, essa iniciativa desempenha um papel fundamental em encorajar as pessoas a buscar ajuda, contribuindo, assim, para a prevenção do suicídio.

Às vezes, nem percebemos que precisamos de ajuda ou apoio. Como identificar alguns fatores ou sintomas que apontam um esgotamento mental que precisa de apoio externo?
Sintomas frequentes que sinalizam a necessidade de buscar apoio em relação à saúde mental englobam variações de humor, como sentimentos persistentes de tristeza e irritabilidade, bem como problemas relacionados ao sono, como excesso de sono ou insônia. Além disso, mudanças no apetite ou peso corporal, juntamente com o isolamento social, também são indicativos importantes.

Ainda sobre isso, existem também fatores psicológicos e biológicos, inclusive genéticos, culturais e socioambientais? Ou seja, devemos considerar uma série de fatores que se acumulam ao longo da vida de uma pessoa?
Certamente, afirmamos que o ser humano é uma entidade biopsicossocial, o que implica que sua saúde mental pode ser influenciada por uma variedade de fatores individuais. Isso inclui traços de personalidade e predisposições genéticas, que podem aumentar o risco de transtornos mentais, especialmente quando há histórico familiar dessas condições. Além disso, não podemos ignorar a influência significativa dos fatores socioambientais, como as condições socioeconômicas, a disponibilidade de uma rede de apoio social e o acesso a recursos adequados, que também desempenham um papel fundamental na saúde mental de uma pessoa.

O estigma e o tabu podem impedir a detecção precoce e, consequentemente, a prevenção de uma ação extrema, como o suicídio? Qual orientação nesses casos?
Sim, uma pessoa que enfrenta esse tipo de desafio pode hesitar em buscar ajuda, o que, por sua vez, pode intensificar os sintomas e potencialmente culminar em pensamentos ou ações suicidas. É crucial lembrar que, diante de alguém que expressa a vontade de se prejudicar, essa declaração deve ser tratada com a máxima seriedade.

A orientação fundamental é a de que, sempre que alguém revelar tais sentimentos, é importante levar isso a sério e encorajar a pessoa a buscar ajuda prontamente, seja entrando em contato com canais como o CVV no número 188, ou procurando apoio psicológico e psiquiátrico. Muitas pessoas podem sentir-se inseguras sobre como abordar essa situação com a pessoa em questão, entretanto, saiba que o simples ato de ouvir com empatia e compreensão já é um passo essencial no processo de apoio.

Infelizmente, relaciona-se o atendimento psicológico apenas para casos fora da “normalidade”, numa dualidade imprecisa e perigosa que opõe normal e anormal. É um outro estigma também. Como entender que o atendimento psicológico é uma questão de saúde mental para todos?
O conceito de saúde, conforme definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), abrange um estado completo de bem-estar físico, mental e social, indo além da mera ausência de doenças e enfermidades. Portanto, para alcançar uma verdadeira saúde, é essencial cuidar ativamente da nossa saúde mental. O suporte psicológico pode se tornar um aliado significativo nesse processo, tanto para a prevenção quanto para o tratamento de transtornos mentais em indivíduos que já os enfrentam.

Como a senhora vê a atitude de empresas, como a Datalink, de oferecer um serviço de apoio psicológico para os seus colaboradores, como o Telavita? A senhora também pode nos falar um pouco sobre o trabalho da Telavita?
É extremamente positivo ver empresas que demonstram preocupação com a saúde mental de seus colaboradores, como a Datalink. Isso é fundamental porque as dificuldades relacionadas à saúde mental podem ter um impacto significativo na produtividade e na satisfação profissional dos funcionários. Nesse sentido, a Telavita desempenha um papel essencial, oferecendo apoio em saúde mental por meio de um cuidado coordenado. Esse cuidado é composto por especialistas em saúde mental e utiliza estratégias de mapeamento populacional de fatores de risco, juntamente com abordagens preventivas, como a psicoeducação. Essas medidas demonstram o compromisso das empresas com o bem-estar integral de seus colaboradores, fortalecendo o ambiente de trabalho e contribuindo para o sucesso de todos.

Passamos, nos últimos três anos, pelo menos, por uma situação pandêmica inédita que gerou insegurança, medo, perdas e solidão. Ainda nos recuperamos e, claro, não nos sentimos totalmente seguros. Como devemos nos perceber a partir desse novo paradigma civilizacional, podemos definir assim, em relação à saúde mental e até física?
A pandemia enfatizou a importância da saúde mental e da resiliência, bem como a necessidade de cuidar de nós mesmos e dos outros. A lição fundamental é que a saúde mental é uma parte integral do nosso bem-estar e deve ser priorizada e apoiada em todas as circunstâncias, especialmente durante crises como a pandemia.

Por último, como o físico e o mental se relacionam e podem se ajudar?
O físico e o mental estão intrinsecamente ligados, uma saúde física adequada, que inclui uma dieta equilibrada, exercícios regulares e um sono de qualidade, muitas vezes contribui para uma mente mais saudável. Por outro lado, emoções como estresse e ansiedade podem desencadear reações físicas no corpo, como aumento da frequência cardíaca, tensão muscular e liberação de hormônios do estresse. Em resumo, a relação entre o físico e o mental é de mútua influência. A abordagem holística da saúde reconhece essa interconexão e destaca a importância de cuidar tanto do corpo quanto da mente para alcançar um estado geral de bem-estar. Portanto, é fundamental prestar atenção a ambas as dimensões da saúde para promover uma vida saudável e equilibrada.

#SetembroAmarelo #SaúdeMental #Apoioemocional #Prevenção #CVV

Janeiro Branco: O mundo pede saúde mental

Janeiro Branco: O mundo pede saúde mental

Este é o lema da campanha Janeiro Branco deste ano de 2023, no Brasil.

Rosângela Ribeiro Gil
Assessoria de Imprensa
imprensa@afdatalink.com.br

Cristina Camacho
Foto e edição de imagens
elisabeth@afdatalink.com.br

Em 2022, numa iniciativa conjunta inédita, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) pediram uma ação concreta para lidar com questões de saúde mental na população ativa. Tal fato se baseia na estimativa de que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido à depressão e à ansiedade que custam à economia global quase um trilhão de dólares, segundos os dois organismos.

Por isso, entre as diretrizes globais da OMS sobre saúde mental no trabalho são recomendadas ações para enfrentar cargas de trabalho pesadas, comportamentos negativos e outros fatores que criam angústia no trabalho. Pela primeira vez, a OMS recomenda até o treinamento de gerente para construir sua capacidade de evitar ambientes de trabalho estressantes e responder aos trabalhadores e às trabalhadoras em perigo. Os dois organismos internacionais produziram o documento Saúde Mental no Trabalho.

Um assunto tão fundamental para as nossas vidas e relações é um dos temas da primeira edição de 2023 da Datalink News. Para tanto, destacamos a campanha Janeiro Branco, pensada por um grupo de psicólogos da cidade mineira de Uberlândia, em 2014, devido ao aumento de casos de suicídio e depressão no Brasil e no mundo. A explicação é da psicóloga Nilva Marcandali, que tem diversas especializações em Saúde Mental. Ela é a entrevistada especial desta nossa edição 14.

A campanha Janeiro Branco, neste ano, traz como lema “O mundo pede saúde mental”, um alerta para se dar maior visibilidade de problemas emocionais a partir da pandemia iniciada em 2020, que provocou um aumento no diagnóstico de doenças psíquicas.

A pauta sobre a saúde mental reafirma o compromisso da Datalink – uma das principais fabricantes de cabos e conectores de alta qualidade e performance do País – de trazer informações de qualidade sobre assuntos importantes para a sociedade. A Saúde Mental é um deles, pois, como destaca Marcandali, a Organização Mundial da Saúde já estimava que a depressão seria a doença com maior epidemiologia no mundo até o ano de 2020, assim, era urgente criar medidas preventivas para a população.

Destaque OMS
Em 2019, quase um bilhão de pessoas – incluindo 14% dos adolescentes do mundo – viviam com um transtorno mental. O suicídio foi responsável por mais de uma em cada 100 mortes e 58% dos suicídios ocorreram antes dos 50 anos de idade.

Como a especialista explica, a definição do mês de janeiro, o primeiro do ano, carrega toda uma significação e simbolismo do início de um novo ciclo: “É quando as pessoas repensam suas vidas e estabelecem novas metas. Vestem-se de branco no primeiro dia do ano, com pensamentos desejosos de paz e felicidade, além do branco ser a cor da área da saúde.”

Nesse sentido, complementa Nilva Marcandali, a campanha Janeiro Branco “tem como objetivo a conscientização e a quebra de tabus sobre doença mental – chamada de Transtorno Mental, pois é a doença que envolve o funcionamento químico neural – e doença emocional, ligada mais às questões psicológicas que provocam disfunções nos pensamentos, sentimentos e comportamentos”.

Preconceitos e dados

Nilva Marcandali ressalta a importância de acabar com o preconceito sobre saúde mental. Crédito: Acervo pessoal.

Segundo Marcandali, nem a disponibilidade de informações nas mídias sociais conseguiu “derrubar os preconceitos em relação à necessidade de se consultar um/a psicólogo/a ou um/a psiquiatra, quando percebe-se que alguma coisa está errada comigo”. Infelizmente, acrescenta ela, “as pessoas só nos procuram quando já chegaram em seu limite emocional ou já tiveram perdas em algumas das áreas da sua vida: separação conjugal, demissão, crises familiares, entre outras. Assim, o Janeiro Branco é mais uma via de quebrarmos tabus e fornecermos breve orientação sobre a possibilidade de saúde mental e emocional preventiva”.

Ela acrescenta: “Como a OMS havia previsto, a depressão (Transtorno Depressivo Maior) só não foi a doença de maior incidência em 2020, pois tivemos a devastação da Covid-19.” E relaciona: “Já no ano de 2020, o número de suicídios aumentou significativamente em alguns países, como Estados Unidos e Japão; sintomatologias depressivas e ansiosas foram uma crescente na população em geral; e o diagnóstico de transtornos mentais cresceu de maneira preocupante a partir de 2021, segundo ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar [órgão regulador brasileiro].”

Destaque OMS
Estigma, discriminação e violações de direitos humanos contra pessoas com problemas de saúde mental são comuns em comunidades e sistemas de atenção em todos os lugares. Em todos os países, são as pessoas mais pobres e desfavorecidas que correm maior risco de problemas de saúde mental e que também são as menos propensas a receber serviços adequados.

Outro dado importante e alarmante trazido pela psicóloga Nilva Marcandali é que o Brasil é o país de maior incidência em ansiedade das Américas, e o segundo em depressão, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, segundo dados também da Organização Mundial da Saúde. “Todos os profissionais da saúde estão atentos e preocupados com esses dados, já que nossa mente é responsável pelo funcionamento do nosso corpo, e mente doente, corpo doente”, ressalta.

Saúde mental preventiva
A psicóloga e especialista em Saúde Mental observa que “todos trazemos de nossa herança genética uma predisposição a algumas disfunções emocionais ou de personalidade, mas que será o ambiente que crescemos e convivemos que acionará (ou não) essa predisposição, em diferentes níveis de gravidade”.

Situação que “reforça a importância da saúde mental preventiva quando já existem diagnósticos mentais em sua família. Comportamentos depressivos, ansiosos, fóbicos, agressivos, possessivos, obsessivos etc. podem se agravar para um transtorno mental com necessidade de medicação se não tratamos em seu início. Isso ocorre, porque a repetição de um comportamento disfuncional altera a química neural, e vice-versa, promovendo desequilíbrio e déficits”, contextualiza Marcandali.

Segundo ela, o adoecimento mental pode acontecer já no bebê em gestação, caso a mãe esteja com algum desequilíbrio neuroquímico devido a qualquer transtorno mental não identificado e tratado. “Desde a pandemia, dobrou o número de crianças com sintomas de ansiedade e depressão, não só pela perda de muitas atividades sociais, mas porque as crianças estavam confusas e com medo de perder seus entes queridos para a Covid-19”, afirma Marcandali.

Destaque OMS
A doença causada pelo novo coronavírus, segundo dados da OMS, desencadeou um aumento de 25% na ansiedade e depressão geral em todo o mundo, expondo como os governos estavam despreparados para lidar com o impacto na saúde mental e revelando uma escassez global crônica de recursos para lidar com a saúde mental. Em 2020, os governos em todo o mundo gastaram uma média de apenas 2% dos orçamentos de saúde em saúde mental, sendo que os países de renda média baixa investiram menos de 1%.

Ela alerta ainda: “Um dado importante e que não se divulga adequadamente, é que o cérebro continua em processo de formação até por volta dos 22 anos. E se uma criança ou adolescente possui sintomas de algum transtorno emocional e não é tratada adequadamente, ela vai carregar esses sintomas por toda sua vida, até como parte de sua personalidade. Entretanto, se ela buscar tratamento após adulta conseguirá amenizar e até reverter os sintomas, porém, dependendo da gravidade da lesão neuroquímica, pode-se não conseguir uma reversão total dos sintomas.”

Para ela, o ritmo desenfreado da sociedade atual torna mais difícil conseguir o tão necessário equilíbrio de vida. Por isso, a psicóloga propõe aos seus pacientes “que pensem nas diferentes áreas da vida como poupanças: trabalho, pessoal, familiar, social, espiritual”.

Nilva Marcandali ensina: “Nem sempre vamos depositar de forma equilibrada em todas as poupanças, pois em cada fase de nossa vida algumas delas se sobressaem, porém, é preciso toda semana fazer “um depósito” em cada uma delas. Assim, você estará cuidando de sua integralidade, um gesto que pode ajudar na sua saúde mental e física.”

Sobre Nilva Marcandali
Psicóloga graduada pela Universidade Bandeirante de São Paulo, 2012. Tem especializações em: Terapia Comportamental e Cognitiva pelo HU-IPUSP, 2013; Terapia Cognitivo-comportamental Aplicada a Saúde Mental pelo AMBAN-IPq-HC da Faculdade de Medicina da USP, 2015. E fez aprimoramentos em: Transtornos Alimentares pelo PROTAD-IPq-HC-FMUSP, 2017; Prevenção e Posvenção de Suicídio pelo Instituto Vitallere, 2014; Luto e Perdas na Teoria Fenomenológica Existencial, pela Prestar Cuidados e Serviços, 2011-2012; Terapia Dialética para tratamento do Transtorno de Personalidade Borderline; Terapia Processual; Terapia de Aceitação e Compromisso; Terapia de Ativação Comportamental para Depressão; Tratamento da Codependência Emocional.

Nilva Marcandali faz atendimento presencial e online a adolescentes, adultos e casais. Para quem quer saber mais e entrar em contato com a especialista, o perfil dela no Instagram é @nilvamarcandali.